1. Alex / @alexbaere
Foto que tirei do Alex em 2014. |
"Encarolinando
Eu conheci a Carolina duas vezes. Uma sem saber e a outra, pura obra do destino. Não me espantaria saber que a conheci mais vezes e quem sabe em outras vidas. 2006 ou 2007, 12 ou 13 anos, época de Orkut. Quem foi adolescente, pirralho chato e de mal com a vida nessa época e estava nesta rede social, deve estar familiarizado com o termo "fake". De qualquer forma, fake era quando criávamos perfis falsos (de famosos) propositalmente, mas com nomes diferentes e cada um com sua peculiaridade. Mesmo que existissem mil fakes de um mesmo famoso, cada um era único da sua maneira - você se apaixonava por um fake específico do Poncho do RBD, não por qualquer um, haha. Não querendo romantizar essa infantilidade, mas o rolê era legal. E foi lá que conheci a Japa (só os VIPs chamam assim), pela primeira vez, sem saber. O nome do fake dela era Wiimplosh ou alguma bosta parecida com essa. O meu era Trebucheet (era o nome de uma fonte do Word). Um nome pior que o outro. Todo fake tem seu "off", que é a pessoa real que comando o perfil falso. Acontece que nem o meu off era real. Eu mentia sobre minha identidade verdadeira pois meu fake era um perfil feminino; desta forma, falava que meu nome verdadeiro era o nome da minha irmã. Já a japa não: mostrava quem estava por trás do seu perfil, de fato. E eu guardei bem essa memória na minha caixola. Em 2008, saí da escola que estudei o E.F. inteiro. Mas voltei logo, em 2009. O mesmo ano em que a escola da Japa fechava as portas, fazendo que todos os alunos tivessem que arranjar uma outra. E a maioria dos alunos de sua escola foram parar na minha. E foi aí que conheci pela segunda vez a Carol. Demorei pouco tempo pra me tocar quem era ela. Logo que começamos a nos conhecer e conversar, perguntei se era ela a Wiimplosh para qual sua resposta foi afirmativa. Me revelei em seguida. Rimos muito. Desde então não nos separamos. É verdade que, estou em uma cidade a 400 km de distância dela, mas estamos juntos, sim. Crescemos e evoluímos muito um com o outro. Brigamos talvez uma vez só, por causa de macarrão. Mas não éramos os mesmos sem um ao outro. Hoje, em 2015, tenho certeza de que, apesar de ficarmos meses sem nos ver, trocando mínimas palavras, toda vez que nos vemos é como se estivéssemos cursando a mesma faculdade, morando na mesma cidade, na mesma casa. Não se abala, sabe? Enfim, essa é a história de como minha vida orientalizou-se ou encarolinou-se, como preferir. Beijos miga."
2. Karen / @42toalhasnoespaco
Fotografia que tirei da Karen em 2012 para um projeto de fotografia (do meu primeiro ano de faculdade!) com tema de contos de fadas original (no caso, o meu era A Chapeuzinho Vermelho). |
"Momento depô do orkut:
Minha amizade com a Japa começou com uma pergunta. Muito séria, por sinal. Ela era nova na minha escola e eu a achava muito estilosa. Um dia ela foi pra aula com um esmalte que eu estava procurando há muito tempo e a minha primeira aproximação dela foi: “é da risque?”.
Depois de um tempo a gente foi se aproximando, obvio que não pelo esmalte. Nos tornamos amigas e ela até me deu o tal esmalte um dia de aniversário.
O mais legal hoje é pensar que naquela época eu não tinha ideia que aquela menina iria ser uma pessoa tão importante para mim e para minha história.
Hoje em dia nos vemos muito raramente, eu estou em Campinas e ela em São Paulo, mas eu acho lindo ver como a gente cresceu e cresce cada vez mais. Parece que a gente percorre um caminho muito parecido ainda que distante e cada reencontro é sempre muito precioso pela quantidade de coisas que vivemos e contamos uma para a outra com a mesma cumplicidade de sempre.
Já que esse é o lugar pra isso, to puxando MESMO o saco da minha amiga, porque ela merece.
Uma artista em descoberta e em (des)construção que eu admiro muito, que eu vivo na expectativa do que vem depois e que eu quero muito que não encontre limites em sua vida, para que cresça cada vez mais e mais.
Uma artista em descoberta e em (des)construção que eu admiro muito, que eu vivo na expectativa do que vem depois e que eu quero muito que não encontre limites em sua vida, para que cresça cada vez mais e mais.
Agora um acróstico, porque ela pediu hahahah:
C harmousa
A dorável
R eggaera
O tária
L inda
I nimiga das inimigas
N eusa
A minha japonesa de estimação
A dorável
R eggaera
O tária
L inda
I nimiga das inimigas
N eusa
A minha japonesa de estimação
E para ficar mais colegial ainda, porque essa é a nossa origem, vai aqui a música que eu e o Alex compusemos pra ela:
Fio de Nylon (2x)
Corda de Varal (corta aço)
Pedra de cascalho
Duro que nem pau
Pau pau pau pau
Te amo Japa! Muito muito mesmo!
Esse texto foi feito às pressas mas é de corassaum ♥
Kaner"
p.s: a música foi feita em referência aos fios do meu cabelo que são muito grossos hahahha
3. Diane / @dianossauro
Foto que tirei da Diane esse ano no Elevado. |
"[O que um show muitcho loco uniu, ninguém separa.]
Carolina é pura poesia, sorri com os olhinhos semicerrados e vê o mundo sob uma lupa mágica.
Carolina é sensibilidade, fotografia, garimpo de brechó, moda. É cúmplice de crimes, coração pulsante, primavera. Ela fez e faz Sp valer a pena; por causa dela, a cidade cinza tornou-se para mim casa, aconchego, lar."
4. Felipe
"Eu me lembro de quando conheci a Carol. Uma coisa rara pra minha memória preguiçosa, mas lembro de quando os alunos do Olavo Bilac - que haviam sido anunciado um mês antes - chegaram na minha escola e se distribuíram entre as salas do primeiro ano. Me lembrar de quando comecei a conversar com ela ou quando começamos a andar juntos eu não consigo. Na verdade me lembro de poucas coisas fatuais, os eventos se vão escoando da memória a medida que perco a contagem dos dias, semanas, anos, mas sempre resta um resíduo de sentimentos, sensações e impressões: as horas meio preguiçosas do almoço quando tínhamos aula a tarde, todos nos (quantos éramos mesmo?) jogados na patio, com as marmitas vazias, rindo de coisas que não me lembro agora. Ou o recreio que passávamos no jardim (na minha cabeça essa imagem sempre volta sob a luz do inverno, filtrada pelo roxo e amarelo dos ipês), andando e conversando. Das aulas de laboratório, nas quais sempre caíamos em grupos diferentes, pro desespero da professora, porque “esquecíamos” disso e conversávamos independente de tudo. Também me lembro de quando começamos a sair, ir nos bares, ou com o RG falso, ou rezando para não sermos pegos.
Me lembro dessa e de outras coisas, mas voltando à Carol, acho que só consigo começar a delinear um caráter para nossa amizade de uns tempos pra cá (no ensino médio não se sabe o que é se relacionar cara a cara, apenas a se perder na pluralidade dos grupos). Acho que o barato da minha amizade com a Japa é justamente termos aprendido, depois do fim dos grupinhos e de cada um ter seguido com a sua vida, a nos reencontrarmos com aqueles sentimentos,sensações e impressões, mas não só para voltarmos a eles, procurando um tempo e um espaço que já existem apenas encerrados em nós, mas também para construir algo novo, e perceber nos nossos amigos como mudamos, e como conseguimos ainda nos gostar. Acho que a grande lição aprendida aqui é que algumas amizades, talvez as mais velhas, se dão muito na base de se dar, sem expectativas e sem o desejo de nos encontrarmos em alguém, e receber em troca o mesmo desprendimento, em síntese, lealdade (se eu fosse dividir meus amigos em superpoderes, o seu seria esse) O tempo passou, nós dois mudamos muito: mudamos os gostos, as roupas, os corpos, os amigos, os amores, tudo praticamente, mas isso nãos nos impede de nos procurarmos de vez em quando para beber umas brejas (percebi que até o nosso bar mudou!) e falar de nossas vidas, histórias novas e casos antigos."
Me lembro dessa e de outras coisas, mas voltando à Carol, acho que só consigo começar a delinear um caráter para nossa amizade de uns tempos pra cá (no ensino médio não se sabe o que é se relacionar cara a cara, apenas a se perder na pluralidade dos grupos). Acho que o barato da minha amizade com a Japa é justamente termos aprendido, depois do fim dos grupinhos e de cada um ter seguido com a sua vida, a nos reencontrarmos com aqueles sentimentos,sensações e impressões, mas não só para voltarmos a eles, procurando um tempo e um espaço que já existem apenas encerrados em nós, mas também para construir algo novo, e perceber nos nossos amigos como mudamos, e como conseguimos ainda nos gostar. Acho que a grande lição aprendida aqui é que algumas amizades, talvez as mais velhas, se dão muito na base de se dar, sem expectativas e sem o desejo de nos encontrarmos em alguém, e receber em troca o mesmo desprendimento, em síntese, lealdade (se eu fosse dividir meus amigos em superpoderes, o seu seria esse) O tempo passou, nós dois mudamos muito: mudamos os gostos, as roupas, os corpos, os amigos, os amores, tudo praticamente, mas isso nãos nos impede de nos procurarmos de vez em quando para beber umas brejas (percebi que até o nosso bar mudou!) e falar de nossas vidas, histórias novas e casos antigos."
5. Raul / @teodororaul
O último, mas não menos importante. Tirei essa foto em 2013 em um orquidário abandonado no sítio de uma tia.. É uma das minhas favoritas! |
"A gente teve que pular um portão pra entrar naquela festa pra dar o primeiro beijo e a gente já fugiu da polícia em protesto, mas o momento mais marcante acho que foi aquela vez que a gente foi até o fim do universo e ficou contemplando a existência das coisas enquanto tudo a nossa volta ia fazendo menos sentido e tudo dentro da gente ia fazendo mais sentido. A vida é doida demais, né? Será que quem viu a gente aquele dia lá no Walden, aquele que a gente se conheceu, seria capaz de prever que hoje em dia a gente faz disputa de rima e finge que é masterchef?"
E é isso gente! Espero que tenham gostado, foi muito legal ver o que cada um decidiu escrever. Apesar de a maioria estar morando longe, é incrível reunir e descobrir o tanto de coisa legal que ta acontecendo na vida de cada um.
Para ver como ficou o das outras meninas:
Vitória's Journal - Esquisitices de Sophie - J. G. Berwanger - Ba Moretti
Beijos,
Histórias encantadoras! Nada como amizades que vão crescendo e amadurecendo com a gente. E nada melhor que ver eles falando/escrevendo sobre momentos memoráveis na vida dos dois. O post ficou ótimo!
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